Democracia em apuros: mobilização social e capacidade de resposta do governo chileno frente aos sindicatos e povos indígenas

Resumo

Neste artigo analisamos a ação social dos sindicatos e indígenas durante os governos de Michelle Bachelet e Sebastián Piñera no Chile. Partimos de uma concepção de democracia onde a capacidade do governo de responder às demandas da sociedade é essencial. Pretende-se demonstrar a importância do ativismo sindical e indígena, que desafia governos –de diferentes convicções ideológicas– pela ausência ou ineficácia de políticas para resolver seus problemas. Para isso, contextualiza-se a alternância de esforços dos presidentes supracitados. Em seguida, com base em fontes documentais, são descritas as principais mobilizações sindicais e indígenas, dentre as quais se destacam aquelas que lutaram por reivindicações sindicais e pelo reconhecimento legal dos territórios e direitos dos povos, principalmente dos Mapuche. Damesma forma, os programas e planos governamentais são utilizados para analisar as políticas que foram desenvolvidas em relação a tais demandas. Por fim, destacamos as pendências dos governos democráticos, com compromissos sociais diferenciados, mas com resultados semelhantes em termos de precarização do trabalho e falta de reconhecimento pleno dos direitos indígenas.